Para associação de produtores, a situação geopolítica e econômica sombria, e uma inflação generalizada estão impactando o consumo familiar da bebida mais tradicional da França. Uvas são retratadas no vinhedo Brun de Neuville durante a tradicional colheita de Champagne em Bethon, França, em 2020.
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Os produtores de champanhe da França solicitaram nesta sexta-feira (19) uma redução na colheita de uvas deste ano, devido a uma queda de mais de 15% nas vendas do vinho durante o primeiro semestre. A redução de demanda acontece em meio a um cenário econômico mais incerto, que levou os consumidores a apertarem os gastos.
De acordo com dados divulgados nesta sexta, as remessas de champanhe no primeiro semestre de 2024 totalizaram 106,7 milhões de garrafas, o que representa uma queda de 15,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando os números estavam mais próximos dos níveis vistos em 2019.
David Chatillon, presidente da Union des Maisons de Champagne, declarou que “a situação geopolítica e econômica global sombria, além da inflação generalizada, estão impactando o consumo familiar”.
“O champanhe também está lidando com os efeitos do excesso de estoque que os varejistas acumularam em 2021 e 2022”, conforme comunicado emitido pela associação que representa os produtores da região.
Garrafas de champagne são vistas na adega da Bollinger durante a tradicional colheita de champagne em Ay, França, em 2016.
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O comitê mencionou que a colheita deste ano em Champagne foi afetada por condições climáticas adversas desde o início do ano, incluindo geadas e chuvas que aumentaram os problemas com míldio nos vinhedos — uma das pragas mais importantes que afetam as plantas.
Como resposta, foi estabelecido um limite máximo de 10 mil kg de uvas por hectare para a colheita deste ano, abaixo dos 11.400 kg/ha registrados em 2023.
Ao contrário de outras vinícolas, a produção de champanhe geralmente envolve uma mistura de várias safras, utilizando estoques de anos anteriores. Essas reservas são acumuladas em anos de boas colheitas e podem compensar períodos de baixa produção.
Apanhador de uvas colhe frutas de um vinhedo durante a tradicional colheita de Champagne em Bethon, França, em 2020.
REUTERS/Charles Platiau/File Photo
Esta não é a primeira vez que a região enfrenta perdas significativas devido a condições climáticas desfavoráveis. Em 2021, a produção caiu 25% em comparação com a média dos últimos cinco anos, atingindo o nível mais baixo em 35 anos.
A colheita deste ano está programada para começar entre 10 e 12 de setembro. Diferentemente do ano passado, o comitê não divulgou previsões para as vendas e exportações para o ano completo.
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