Entidade elaborou estudo com dados da Unido. País passou de 14º para 15º na lista de países com maior participação na produção mundial no setor; e de 30º para 31º no ranking de exportadores. Operários trabalham em fábrica têxtil em Minas Gerais
Divulgação
A indústria de transformação brasileira perdeu posições nos rankings mundiais de produção e de exportações na comparação entre os anos de 2020 para 2021, informou nesta sexta-feira (14) a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A indústria de transformação é um setor que realiza a transformação de matéria-prima (insumos) em produtos finais, ou em um item intermediário (que pode ser novamente modificado em outra etapa da produção).
“O desempenho da indústria de transformação brasileira no mundo em 2021 refletiu a perda de competitividade do país nos últimos anos”, avaliou a CNI.
Produção
Citando dados da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido), a CNI informou que a produção brasileira teve participação na produção mundial reduzida de 1,31%, em 2020, para 1,28%, em 2021.
A entidade informou que esse percentual é o menor da série histórica, que se inicia no ano de 1990, e, com isso, o Brasil foi ultrapassado pela Turquia e caiu para da 14ª para a 15ª posição em 2021.
De acordo com a CNI, a participação do Brasil na produção mundial da indústria de transformação vem em tendência de queda desde 1996.
“No entanto, o país se manteve entre os 10 maiores produtores industriais do mundo, até 2014. Com a recessão de 2014-2016 e a desvalorização do real, o país perdeu posições para o México e a Indonésia”, acrescentou.
Exportações
Já a parcela do Brasil nas exportações mundiais de bens da indústria de transformação subiu de 0,77%, em 2020, para 0,81%, em 2021, segundo estimativa da CNI.
Mesmo assim, o país caiu de 30º para 31º lugar no ranking mundial dos exportadores de bens da indústria de transformação de 2020 para 2021, sendo ultrapassado pela Indonésia, acrescentou.
A CNI também avaliou que, mesmo com o aumento da participação nas exportações mundiais, o percentual se encontra abaixo do registrado pré-pandemia de covid-19, o que “não permite afirmar que o país conseguiu reverter a tendência de queda iniciada em 2012”.
“Para reverter essa trajetória de perda de participação nas exportações de bens industriais, precisamos de uma estratégia nacional de comércio exterior, que enderece os velhos desafios de competitividade como a burocracia e os resíduos tributários nas exportações e, ao mesmo tempo, amplie e aprimore nossas redes de acordos comerciais para evitar dupla tributação com parceiros estratégicos”, afirmou a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri.
China segue com melhor desempenho
De acordo com a CNI, entre os 11 principais parceiros comerciais do Brasil, a China teve o melhor desempenho tanto na produção como nas exportações mundiais da indústria de transformação em 2021.
Em relação à participação nas exportações mundiais de bens da indústria de transformação, o país registrou aumento de 17,10%, em 2020, para 18,43%, em 2021, segundo estimativa da entidade, e lidera o ranking.
Já na participação no valor adicionado da indústria de transformação mundial, entre 2020 e 2021 a China teve um aumento de 30,08% para 30,45%, informou a entidade.
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