Governo lançou Política Nacional de Transição Energética nesta segunda. Uma das iniciativas é a distribuição de botijões pelo programa Gás Para Todos. Cerca de 20 milhões de famílias devem ser beneficiadas até o final de 2025, segundo ministro. Com a distribuição de botijões de gás, governo pretende substituir uso da lenha por famílias mais carentes
TV Diário/Reprodução
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta segunda-feira (26) que o governo federal vai oferecer botijões de gás a mais de 20 milhões de famílias até o final de 2025.
Além disso, segundo proposta do Ministério de Minas e Energia, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vai fixar um valor máximo para o botijão de gás dentro do programa Gás Para Todos.
Silveira fez o anúncio sobre a ampliação da distribuição de gás de cozinha durante cerimônia de lançamento da Política Nacional de Transição Energética, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Ministério de Minas e Energia.
“O governo federal vai oferecer o botijão de gás de cozinha para mais de 20 milhões de famílias até dezembro de 2025. Maior programa de acesso ao cozimento limpo do mundo, o gás para todos. Estamos atendendo os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Vamos impulsionar o cozimento limpo e a substituição da lenha, tão defendido pela nossa companheira Janja”, disse Silveira.
Na cerimônia, Lula assinou projeto de lei que cria uma nova modalidade de operacionalização do auxílio-gás, ofertado às famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com renda igual ou inferior a meio salário mínimo.
A proposta do Gás Para Todos ainda será analisada pelo Congresso Nacional.
“O projeto prevê uma nova modalidade no formato da concessão do benefício, a ANP credenciando as revendedoras que desejarem participar voluntariamente do programa. A ANP também vai definir o preço teto que o botijão será vendido, evitando a captura dos descontos no botijão pelos elos da cadeia”, diz comunicado divulgado pelo Ministério de Minas e Energia.
Após a assinatura da proposta, o presidente criticou os altos preços do botijão de gás praticados no país.
“Quando a gente resolver fazer uma política de gás, é porque o gás, hoje, tem que ser um instrumento da cesta básica do povo brasileiro, que muitas vezes não consegue comprar o botijão, que sai da Petrobras a R$ 36 e é vendido em alguns estados a R$ 140, a R$ 120, a R$ 130. Será que essas pessoas não têm noção?”, indagou o petista.
Elite ‘não enxerga os invisíveis’, diz Lula
Durante discurso na cerimônia, Lula criticou a elite política do país, que, na avaliação do petista, “não enxerga os invisíveis”.
“Os invisíveis que não conseguem fazer protesto, que não estão organizados em sindicatos, que moram na periferia da periferia, nas palafitas, nos córregos, nas encostas. Aqueles que moram na beira dos rios na Amazônia, as pessoas que nós não vemos”, disse.
“Muitas vezes, sabemos que eles existem nas estatísticas. Quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga que tem tanta gente ‘assim’, tanta gente ‘assado’. No restante, a gente não enxerga”, completou.
O petista disse ainda que o governo não precisa ficar “criando programa de distribuição de dinheiro para as pessoas mais pobres”.
“O que dignifica as pessoas é orgulho, é o trabalho. Não tem nada mais gratificante que uma mulher ou um homem levantar todo dia e ir pro trabalho, e no final do mês, com o salário recebido – sempre, eu espero que seja justo – a pessoa possa levar dinheiro para a família”, afirmou Lula.
g1 > Economia
Comments are closed.