Documento cita necessidade de reforço nas medidas de proteção à natureza e defende agenda econômica adaptada à nova realidade do clima. Um grupo de economistas, empresários e personalidades brasileiras anunciou o ‘Pacto Econômico pela Natureza’, uma carta que pede o reforço das medidas de proteção à natureza e uma agenda econômica adaptada à nova realidade do clima.
O documento alerta que catástrofes recentes, como as enchentes no Rio Grande do Sul, além dos incêndios de grandes proporções em biomas como o Pantanal, mostram a urgência de uma união dos setores para enfrentar as mudanças climáticas e proteger a natureza.
Veja abaixo o documento na integra.
A catástrofe humanitária no Rio Grande do Sul e o recorde de focos de incêndio no Pantanal tornam ainda mais urgente a necessidade de unirmos esforços para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Não temos à mão fórmulas prontas, soluções fáceis. Mas, como cidadãos perplexos com o impacto socioeconômico dos eventos extremos e com o despreparo da nossa nação, manifestamos aqui nosso compromisso de buscar as saídas em conjunto com toda a sociedade.
Precisamos colaborar com o Executivo na estratégia de combate ao desmatamento ilegal e na recuperação de áreas degradadas. Precisamos contribuir com o Legislativo na criação de leis que disciplinem o licenciamento ambiental e protejam as florestas. Precisamos incentivar um Judiciário atuante na defesa do direito constitucional ao meio ambiente, algo em que o Brasil, aliás, foi pioneiro e referência. Precisamos dos Três Poderes alinhados —tanto no diagnóstico das oportunidades e riscos pela frente, como no compromisso em torno de um programa que faça do Brasil uma potência de soluções sustentáveis
Não é justo, porém, empurrar todo o ônus para o Poder Público. E não é produtivo gastar tempo apontando culpados, caçando bruxas. Todos os brasileiros temos a responsabilidade de transformar a dor em esperança e de repensar hábitos e processos.
Entendemos que cabe à iniciativa privada acelerar a adaptação da nossa economia à nova realidade do clima. Seja porque atuais fontes de geração de riqueza no país estão sob risco, seja porque uma mobilização de conformidade ambiental dará acesso a mais recursos e mercados.
Um pacto econômico com a natureza impulsionará a nação no cenário global. Temos vantagens competitivas que nos são exclusivas e de que o mundo necessita. Podemos gerar renda e empregos e, ao mesmo tempo, preservar as áreas verdes e transformar espaços urbanos.
Em 2025 o Brasil será anfitrião da COP, fórum global que discute o enfrentamento da crise climática. É fundamental que o país construa com profundidade e velocidade as diretrizes e metas de um plano nacional de descarbonização para ser levado ao evento. O empresariado e os Três Poderes precisam se unir o quanto antes para encarar esse desafio, em uma coalizão em defesa do nosso meio ambiente, da nossa economia e da prosperidade da nossa população.
Nomes que assinam o pacto
Álvaro de Souza
Ana Maria Diniz
Ana Paula Pessoa
Anis Chacur
Antônio Mathias
Arminio Fraga
Betânia Tanure
Candido Bracher
Daniel Castanho
David Zylbersztajn
Eduardo Bartolomeo
Eduardo Sirotsky Melzer
Eduardo Vassimon
Elie Horn
Eugênio Mattar
Fabiana Alves
Fabio Barbosa
Fernando Simões
Guilherme Benchimol
Guilherme Leal
Guilherme Quintella
Jayme Garfinkel
Joaquim Levy
José Alberto Abreu
José Berenguer
José Luiz Setúbal
José Olympio Pereira
Hélio Mattar
Horacio Piva
Irlau Machado
Luiz Fernando Furlan
Marcelo Bueno
Marcelo Kalim
Marcos Molina
Maria Silvia Bastos
Paulo Caffarelli
Paulo Hartung
Paulo Kakinoff
Paulo Souza
Pedro Bueno
Pedro de Camargo Neto
Pedro Parente
Pedro Passos
Pedro Wongtschowski
Ricardo Marino
Roberto Klabin
Roberto Rodrigues
Rodrigo Galindo
Rubens Menin
Rubens Ometto
Tito Enrique Silva Neto
Walter Schalka
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