No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,19%, cotada a R$ 5,4469. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou em queda de 0,69%, aos 131.816 pontos.
Karolina Grabowska
O dólar opera com volatilidade nos primeiros minutos desta terça-feira (1), primeiro pregão de outubro, oscilando entre altas e baixas, de olho nos novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos.
O mercado acompanha esses números com atenção em busca de novas pistas sobre como o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve conduzir as taxas de juros no país, hoje entre 4,75% e 5,0O% ao ano, depois de um corte de 0,50 ponto percentual na última reunião da instituição.
Nesta segunda (30), o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o BC vai reduzir os juros em mais 0,50 ponto percentual daqui até o fim do ano — 0,25 em cada uma das reuniões que ainda restam em 2024 —, e somente se os dados econômicos, com destaque para inflação e mercado de trabalho, vierem em linha com o esperado.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Às 09h30, o dólar caía 0,12%, cotado a R$ 5,4401. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda subiu 0,19%, cotada a R$ 5,4469.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,19% na semana;
queda de 3,30% no mês;
avanço de 12,25% no ano.
O
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice caiu 0,69%, aos 131.816 pontos.
Com o resultado, acumulou:
perdas de 0,69% na semana;
recuo de 3,08% no mês; e
queda de 1,77% no ano.
O que está mexendo com os mercados
Hoje o mercado olha com atenção para mais um dado de emprego nos Estados Unidos. O relatório de ofertas de emprego JOLTS é uma pesquisa do Departamento do Trabalho americano que monitora e mede o número de empregos, demissões e novas vagas no país.
A expectativa do mercado é que o JOLTS mostre uma abertura de 7,64 milhões postos de trabalho em agosto, uma leve desaceleração em relação aos 7,673 milhões registrados em julho.
O analista de investimentos Vitor Miziara explica que, “como a inflação aparentemente está sob controle (nos Estados Unidos), o segundo ponto de atenção do FED é o mercado de trabalho para decidir sobre os próximos movimentos na taxa de juros”.
A inflação oficial anual do país foi de 2,5% em setembro, bem próxima a meta de 2,00% do Fed. No entanto, um mercado de trabalho mais aquecido poderia colocar um freio no ciclo do Fed, já que mais empregos implicam em mais dinheiro na mão da população e maior pressão inflacionária.
Nesse sentido, Jerome Powell reforçou a a intenção da instituição em acompanhar de perto esses números e que não está “com pressa para cortar as taxas de juros”.
“É importante observar, no entanto, que parece haver uma divisão sobre o ritmo adequado para o próximo corte de juros entre os demais membros do Comitê”, destaca a XP Investimentos.
Por isso, o mercado segue acompanhando os dados a fim de tentar se antecipar aos próximos movimentos do Fed.
E numa semana marcada por diversas divulgações, o dado mais aguardado só chega na sexta-feira, com o relatório de empregos mais popular dos Estados Unidos, o payroll. A expectativa do mercado financeiro é que a taxa de desemprego tenha se mantido em 4,2% em setembro, com uma geração de 144 mil empregos não-agrícolas.
No Brasil, o dia de agenda mais vazia, com destaque apenas para a divulgação da lista de bets liberadas pelo Ministério da Fazenda.
No noticiário econômico, investidores seguem monitorando dados divulgados nesta segunda-feira, com destaque para o relatório de estatísticas fiscais do BC, que mostrou um leve crescimento na dívida pública do país. O resultado veio me linha com as projeções do mercado, sem pesar sobre os ativos brasileiros neste início de pregão.
As contas do setor público do país tiveram um déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto. O déficit primário acontece quando as receitas com impostos ficam abaixo das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública.
Apesar da leve alta entre julho e setembro, o resultado do mês representa uma melhora em relação ao mesmo período do ano passado, quando o déficit era maior, de R$ 22,8 bilhões.
O Governo Federal foi o único ente da pesquisa que teve um déficit, de R$ 22,3 bilhões. Os estados e municípios tiverem um superávit de R$ 435 milhões, enquanto as empresas estatais apresentaram superávit de R$ 469 milhões.
Já no acumulado do ano até aqui, as contas públicas apresentaram um resultado negativo de R$ 86,2 bilhões, o equivalente a 1,14% do PIB. Para 2024, a meta fiscal, fixada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de um déficit de até R$ 13,31 bilhões.
Isso representa piora em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um déficit primário de R$ 79 bilhões, ou 1,11% do PIB.
Ainda na agenda doméstica, o BC também divulgou mais um Boletim Focus, que mostrou que os economistas do mercado financeiro passaram a prever uma taxa Selic maior no final do ano.
A previsão do mercado passou a ser de dois aumentos de 0,50 ponto percentual na taxa Selic nas reuniões de novembro e de dezembro deste ano. Se confirmada a projeção do mercado, a Selic avançará para 11,25% ao ano em novembro e para 11,75% ao ano em dezembro de 2024.
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