No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,38%, cotada a R$ 5,3028. Dólar opera em queda no início da manhã
REUTERS/Lee Jae-Won
O dólar amanheceu em queda nesta terça-feira (18), em mais um dia de bom-humor nos mercados globais, que levou a uma pausa no movimento de fuga para a segurança da moeda.
Às 9h33, a moeda americana registrava baixa de 0,90%, cotada a R$ 5,2552. Veja mais cotações.
Na véspera, o dólar caiu 0,38%, cotado a R$ 5,3028. Com o resultado, acumulou queda de 1,69% no mês e de 4,88% no ano frente ao real.
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O que está mexendo com os mercados?
No cenário interno, a agenda do dia não conta com a divulgação de dados econômicos de grande impacto sobre o mercado. Em contrapartida, os investidores seguem atentos à corrida eleitoral entre Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula, que concorrem à Presidência da República. O segundo turno das eleições está marcado para o próximo dia 30.
Nesta manhã, o Ipec divulgou sua terceira pesquisa de intenção de votos para o segundo turno presidencial. Lula tem 51% dos votos, contra os 52% registrados nas últimas duas pesquisas, e Bolsonaro tem 43%, contra os 42% da primeira rodada de entrevistas.
Já no exterior, os olhos do mercado permanecem voltados ao Reino Unido. De acordo com a equipe de análise do BTG Pactual, investidores se mostram mais otimistas com a economia e os negócios britânicos depois do novo ministro das Finanças, Jeremy Hunt, reverter a maior parte dos cortes tarifários planejados pelo seu antecessor, que haviam “estressado o mercado”.
“Além disso, o Banco da Inglaterra (BoE) disse que é imprecisa a notícia do Financial Times sobre atraso na venda de dívida”, ressaltam os especialistas, pontuando que isso contribuiu para a melhora nos ânimos do mercados com ativos de risco.
Como o real, assim como outras moedas de países emergentes, é considerado um ativo de risco, quando há melhora no humor dos investidores, a moeda brasileira tende a ser beneficiado frente ao dólar.
No entanto, mesmo com a desvalorização da moeda dos Estados Unidos nesta manhã e também no dia anterior, participantes do mercado alertam que esta deve ser uma semana turbulenta em meio a temores globais de aperto monetário, tensões geopolíticas e incertezas político-fiscais domésticas.
Em entrevista à Reuters, Renan Mazzo, chefe de câmbio da SVN Investimentos, afirmou que “essa é uma semana um tanto quanto turbulenta quando a gente olha o cenário externo”. O especialista destaca as preocupações com a guerra da Rússia na Ucrânia e a disseminação da Covid-19 na China.
A Rússia atacou cidades ucranianas com drones na última segunda-feira, na segunda grande onda de ataques aéreos em um semana, enquanto, na China, o presidente Xi Jinping reiterou no fim de semana a eficácia de sua política de Covid-zero.
“Essas questões, somadas à questão da inflação global, preocupação com recessão, os bancos centrais subindo juros, (formam) um cenário bem turbulento… Tende a haver bastante volatilidade ao longo da semana”, disse Mazzo.
O Goldman Sachs disse em relatório recente que “o dólar tem muita coisa jogando a favor dele no momento”, já que dados econômicos norte-americanos têm se mostrado relativamente resilientes e há um forte apelo global por segurança em um ambiente de risco instável, ao mesmo tempo que “é difícil encontrar um candidato para ser substituto” da divisa norte-americana.
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