No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,56%, cotada a R$ 5,7412, no maior patamar desde dezembro de 2021. Já o principal índice de ações da bolsa brasileira encerrou em queda de 0,465, aos 125.270 pontos. Cédulas de dólar
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O dólar abriu em baixa nesta terça-feira (6), com investidores repercutindo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta manhã.
No documento, depois de manter a Selic, taxa básica de juros, em 10,50% ao ano, o Banco Central do Brasil (BC) se mostrou preocupado com a alta do dólar e diz que ‘não hesitará em elevar a taxa de juros’ se julgar apropriado.
Dólar dispara de novo e renova as preocupações com a inflação brasileira
A cautela com a situação econômica dos Estados Unidos, que derrubou bolsas ao redor do mundo ontem, continua repercutindo e, no exterior, os mercados operam sem uma direção definida.
Na Ásia, a maioria dos mercados fechou em alta, enquanto na Europa o clima de aversão aos riscos permanece e os principais índices operam com queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 09h30, o dólar caía 1,29%, cotado a R$ 5,6670. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana teve alta de 0,56%, cotada em R$ 5,7412, renovando o maior patamar desde dezembro de 2021. Na máxima do dia, chegou a bater R$ 5,8641.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,56% na semana;
ganho de 1,54% no mês;
alta de 18,31% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice fechou em queda de 0,46%, aos 125.270 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
queda de 0,46% na semana;
recuo de 1,87% no mês;
perdas de 6,64% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
No Brasil, o destaque deste pregão fica com a ata do Copom, que sinalizou que os juros podem voltar a subir caso o Comitê considere necessário para controlar a inflação.
De acordo com o BC, os movimentos recentes de alguns dos fatores que contribuem para a dinâmica da inflação, tais como as expectativas de inflação e a taxa de câmbio, com o dólar subindo fortemente nas últimas semanas, foram amplamente debatidos na reunião da semana passada, que manteve a taxa Selic em 10,50% ao ano — na segunda decisão consecutiva de manutenção..
“Observou-se que, se tais movimentos se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo Comitê. Em função disso, o Comitê avaliou que o momento é de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação e de maior vigilância perante um cenário mais desafiador”, diz a ata.
Uma expectativa de juros mais altos por mais tempo ou, até mesmo, de uma alta na taxa Selic, impacta diretamente nas projeções de rendimentos dos títulos do Tesouro Direto, que passam a entregar mais. Atualmente, esses títulos já entregam uma rentabilidade alta olhando para o histórico de taxas.
Isso atrai mais investidores para o país, o que contribui para a valorização do real em relação ao dólar, principalmente em um momento em que as expectativas são de uma queda nas taxas de juros americanos já na próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Em sua última reunião, também na semana passada, o Fed manteve seus juros inalterados entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas o mercado projeta o início dos cortes já em setembro. Especialistas começam a questionar, inclusive, se a instituição não “dormiu no ponto” quanto ao momento de iniciar os cortes nos juros e como se posicionar em seus comunicados.
“A hora que era para ser hawkish (mais agressivo em relação ao controle da inflação) foi dovish (menos agressivo), a hora que era para ser dovish foi hawkish. A última projeção do Fed é de apenas um corte de juros e se a gente olhar o que foi precificado na curva dos Estados Unidos é um corte de 125 até 150 bases points para esse ano de 2024. Então isso impressiona, isso é algo realmente muito fora do que a gente tinha duas semanas atrás, por exemplo”, explica César Garritano, economista-chefe da SOMMA Investimentos.
Apenas dois dias após a decisão do Fed, dados do mercado de trabalho americano mostraram um desaquecimento e geraram preocupação acentuada nos mercados globais sobre a economia dos Estados Unidos.
Na última sexta-feira, o payroll, um dos principais relatórios de emprego dos Estados Unidos, reportou 114 mil vagas não agrícolas criadas em julho, bem abaixo das 175 mil vagas que eram esperadas pelo mercado financeiro.
Juros altos encarecem processos de tomada de crédito e financiamento para pessoas e empresas, o que tende a diminuir o consumo da população e frear os investimentos das companhias em seu próprio crescimento – podendo afetar, ainda mais, o mercado de trabalho.
Com isso, ontem, as bolsas globais viveram um dia de forte desvalorização. Nos Estados Unidos, os principais índices acionários recuaram cerca de 3%, enquanto Europa, Ásia e Oceania seguiram a mesma tendência. No Japão, a queda foi de 12,40%, a segunda maior da história.
Além da cautela com os Estados Unidos, no Japão, as ações despencaram também por conta de uma valorização do iene (moeda oficial do país) contra o dólar, após o Banco Central elevar suas taxas de juros — um feito raro, que acontece somente pela segunda vez em 17 anos.
Com o iene mais forte, as exportações japonesas acabam ficando mais caras para os compradores estrangeiros, o que é ruim para as empresas.
Nesta terça, porém, o mercado japonês recuperou parte das perdas e disparou 10,23%.
Depois de um pregão com quedas tão expressivas, é normal que o mercado realize um movimento conhecido como correção dos preços, em que investidores aproveitam os valores mais baixos de ações para investir por um preço mais atrativo, o que acaba valorizando a bolsa como um todo.
Além do Japão, na Ásia e na Oceania, onde os mercados já fecharam, a maioria das principais bolsas subiu nesta terça, com exceção de Hong Kong:
No Taiwan, o índice Taiex subiu 3,38%, depois de uma queda forte de 5,7% na véspera;
Em Hong Kong, o Hang Seng continuou o movimento de baixa e caiu 0,31%;
Na Austrália, o S&P/ASX200 avançou 0,41%, contra uma queda de 1,3% ontem;
Na Coreia do Sul, o Kospi subiu 3,3%, quase igualando as perdas de 3,4% da segunda-feira.
Já na Europa, os principais índices acionários continuam caindo. O Stoxx 600, que reúne 600 empresas de 17 países europeus opera em queda, assim como o DAX (da Alemanha), FTSE 100 (da Inglaterra), CAC 40 (da França) e IBEX 35 (da Espanha).
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