A queda ocorreu tanto na percepção sobre o momento presente quanto com as expectativas com os próximos meses. Comércio em Poços de Caldas, MG
Beatriz Mendes
Após dois meses de alta, o índice que mede a confiança do comércio do FGV IBRE caiu 3,8 pontos em outubro, ao passar de 101,8 para 98,0 pontos.
De acordo com Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE, a queda ocorreu tanto na percepção sobre o momento presente quanto com as expectativas com os próximos meses.
“Chama a atenção a percepção dos empresários de piora no volume de demanda atual, sugerindo certa desaceleração no ritmo de vendas do setor. Para os próximos meses o cenário ainda é incerto. No curto prazo, existem notícias favoráveis do mercado de trabalho, da confiança dos consumidores e da desaceleração da inflação. Por outro lado, o cenário macroeconômico ainda é delicado e a expectativa de desaceleração da economia na virada do ano deve afetar o setor”, avalia.
A queda foi disseminada nos seis principais segmentos do setor. A piora ocorre nos quesitos que medem a situação atual quanto nas perspectivas sobre os próximos meses. No momento atual houve queda de 3,4 pontos para 102,3 pontos, menor desde maio (101,1 pontos). Já as expectativas recuaram 4,1 pontos, para 93,8 pontos, menor nível desde julho (84,8 pontos).
O FGV Ibre destaca a quarta queda consecutiva sobre o indicador de volume de vendas atual, o que pode estar resultando em uma desaceleração das vendas do setor e que agora se aproxima dos 100 pontos (nível neutro).
Serviços também cai
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) do FGV IBRE caiu 2,6 pontos em outubro, para 99,1 pontos, menor nível desde junho (98,7 pontos). O indicador voltou a ficar abaixo dos 100 pontos, após três meses acima do nível considerado neutro.
“A queda ocorre tanto por uma piora das avaliações sobre o momento, mas ainda se mantém dentro do limite de normalidade, quanto das expectativas. O setor parece começar a dar sinais de desaceleração, projetando uma redução de demanda nos próximos meses, principalmente nos serviços profissionais e de informação e comunicação, e na tendência futura dos negócios. Os próximos meses devem ser cruciais para confirmar a direção do setor todo considerando o cenário macroeconômico desafiador e a expectativa de uma economia mais fraca na virada para 2023”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.
Mais uma vez, o segmento de serviços prestados às famílias deu sinais positivos sobre a confiança e alcança o maior nível desde 2011 Por outro lado, a agregação dos outros segmentos de serviços caiu mais uma vez, abrindo a distância entre esses dois índices.
“A queda da confiança dos demais segmentos pode estar indicando o início de uma desaceleração do setor, e que seria mais forte se não fosse a alta de serviços prestados às famílias que pode ter ainda uma certa demanda reprimida”, completa Tobler.
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