Dados de emprego e juros ainda elevados no país trazem incertezas sobre a força da economia norte-americana e pesam sobre os negócios. Bolsas americanas vivem dia de fortes quedas
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As bolsas de valores dos Estados Unidos operam em forte queda nesta segunda-feira (5), com temores de que o país esteja próximo de uma recessão econômica.
Às 11h20, todos os principais índices acionários americanos caíam, com a maior parte das empresas listadas nas bolsas do país também em baixa.
Veja os números:
Dow Jones caía 2,30%, com as 30 empresas listas em baixa
S&P 500 caía 3,00%, com 492 empresas em baixa e 9 em alta
Nasdaq 100 caía 3,15%, com 99 empresas em baixa e 2 em alta
Nasdaq caía 3,60%, com 2.919 empresas em baixa e 152 em alta
O movimento de baixa é resultado de um aumento na percepção de que a economia americana está desacelerando, depois de dados de emprego divulgados na última sexta-feira (2) revelarem um mercado de trabalho menos aquecido que as estimativas.
Acompanhando a cautela, bolsas do mundo inteiro vivem um dia de desvalorização neste início de semana, com destaque para o Japão. O Nikkei 225, principal índice acionário do país, despencou 12,40% neste pregão, na maior queda percentual desde 1987.
No Brasil, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores (B3), também opera com baixa, enquanto o dólar avança e encosta em R$ 5,80.
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O payroll, um dos principais relatórios de emprego dos Estados Unidos, reportou 114 mil vagas não agrícolas criadas em julho, bem abaixo das 175 mil vagas que eram esperadas pelo mercado financeiro.
Os números do mercado de trabalho que frustraram as expectativas vieram apenas dois dias após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) decidir manter suas taxas de juros inalteradas por, pelo menos, mais 45 dias. Hoje, elas estão entre 5,25% e 5,50% e participantes do mercado financeiros acreditam que um ciclo de cortes deve começar em setembro.
Juros altos encarecem processos de tomada de crédito e financiamento para pessoas e empresas, o que tende a diminuir o consumo da população e frear os investimentos das companhias em seu próprio crescimento – podendo afetar, ainda mais, o mercado de trabalho.
Além disso, olhando para o mercado corporativo, algumas das maiores empresas do mundo (que são americanas) reportaram seus resultados nos últimos dias e os números também frustraram os investidores, com destaque para a Amazon (uma das companhias com os maiores valores de mercado da atualidade) e a Intel.
A Amazon teve resultados considerados mistos. A receita veio abaixo do esperado, registrando US$ 148 bilhões contra estimativas de US$ 148,8 bilhões, mas o lucro por ação surpreendeu positivamente os analistas, com um valor de US$ 1,26 por ação.
As projeções da empresa para os próximos trimestres, no entanto, desagradaram.
“Em termos de receita, a companhia afirmou que deverá ficar entre US$154-158bi (ante uma expectativa de US$158,4bi) e, para o lucro operacional, a Amazon espera algo entre US$11,5-15bi (o mercado apontava para US$15,7bi)”, explica Paulo Gitz, analista de internacional da XP.
Já a Intel reportou resultados vistos como bastante negativos e suas ações já despencam mais de 20% nos pré-mercados. Gitz pontua que as principais surpresas negativas vieram da receita – US$ 12,8 bilhões contra US$ 12,9 bilhões projetados – e do lucro por ação – US$ 0,02 contra US$ 0,10 esperado.
“A Intel anunciou suspenção dos dividendos, por conta dos resultados que foram impactados negativamente pelas vendas fracas da empresa de semicondutores, que tem perdido espaço de mercado para concorrentes como Nvidia”, completa o analista.
Os resultados das companhias, explicam especialistas, ascendem um sinal de alerta de que os juros altos podem estar pesando sobre os negócios, o que pode impactar a economia como um todo.
*Matéria em atualização
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