Produto é a segunda mercadoria mais falsificada no Brasil, depois dos pescados, segundo o Ministério da Agricultura. Imagem de um azeite sendo derramado em uma tigela.
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A apreensão de azeites fraudados no primeiro semestre deste ano já superou todo o ano de 2023 e, na última terça-feira (24), o consumidor foi surpreendido mais uma vez após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter proibido a venda de duas marcas sem CNPJ no Brasil.
Não é incomum que isso aconteça. O azeite é o segundo produto mais falsificado no Brasil, depois dos pescados, segundo o Ministério da Agricultura.
➡️Mas o que os fiscais costumam encontrar nos frascos de azeite falsificados?
Geralmente, os fiscais encontram óleo de soja puro ou misturado a um azeite verdadeiro.
O produto fraudade pode conter ainda corantes e aromatizantes que não possuem autorização para serem adicionados ao produto.
É o que explicou o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura, em entrevista ao g1.
Além disso, não há garantia das condições de higiente dos locais onde o azeite é falsificado. Muitos deles são fábricas clandestinas e sem registro junto ao governo e, portanto, não seguem as regras sanitárias do país.
Por causa disso tudo, consumir azeite fraudado pode trazer riscos à saúde do consumidor.
Passo a passo de como o azeite é fiscalizado
Arte/g1
O que aconteceu nesta semana
A Anvisa proibiu a venda de duas marcas azeite nesta terça-feira (24) por terem sido importadas e distribuídas por empresas desconhecidas e sem CNPJ no Brasil. São elas a Serrano e Cordilheira.
Justamente por não terem registro, o g1 não conseguiu localizar o contato das marcas.
A Anvisa não mencionou se encontrou alguma adulteração ou falsificação nos produtos proibidos. Por outro lado, como a origem dos produtos não foi identificada, o órgão diz que não há garantias sobre a segurança e qualidade dos azeites.
Em resposta ao g1, a Anvisa explicou que o anúncio da proibição serve para permitir que os órgãos de vigilância sanitária e de proteção ao consumidor façam as apreensões das marcas.
Apreensões em 2024
A apreensão de azeites fraudados no Brasil aumenta em 2024. Apenas no primeiro semestre do ano, foram identificados mais de 97 mil litros do produto falso, apontou o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
O número é maior que o apreendido em todo o ano de 2023, quando o volume foi de 82.986 mil litros.
Como não cair em golpe
Para comprar um azeite de boa qualidade, é importante optar pelos que foram envasados mais recentemente.
Isso porque a palavra azeite, em sua origem árabe, significa “suco de azeitona”; portanto, é importante ter o máximo de frescor, explica Ana Beloto, azeitóloga e considerada a sexta mulher mais poderosa do agro pelo ranking da revista Forbes.
O azeite tem três inimigos que o fazem estragar rapidamente: a luz, o oxigênio e o calor. Por causa da influência da luz, as embalagens costumam ser vidros escuros, isolando, assim, o contato com a claridade. Também existe o produto em lata.
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Ministério da Agricultura dá algumas pistas para encontrar um azeite de qualidade
Arte/g1
Tipos de azeite
Extravirgem: é o tipo de azeite de maior qualidade, produzido a partir de azeitonas em ótimo estado, com acidez menor que 0,8%. Nas análises sensoriais, predominam atributos positivos de frutado, amargo e picante. Tem ausência de defeitos;
Virgem: é um azeite de qualidade intermediária, que também provém de extração de frutos de qualidade, mas com algum estágio de oxidação e com acidez menor que 2%. Nas análises sensoriais, aparecem defeitos, mas sem muita intensidade;
Lampante: é um azeite de péssima qualidade, com acidez maior que 2% e que não pode ser destinado ao consumo humano. É muito provável que tenha sido feito a partir de azeitonas em péssimo estado de qualidade (colhidas estragadas, do chão ou armazenadas inadequadamente). Nas análises sensoriais, predominam os defeitos;
Tipo Único: é um azeite geralmente derivado da mistura com refinado, ou seja, que foi alterado quimicamente para eliminar impurezas e ser destinado ao consumo humano. É misturado com o azeite de oliva virgem. Ele não chega a ser avaliado sensorialmente, mas é bastante neutro, traz aromas e defeitos diluídos, indicado para fritar por exemplo.
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