Histórico é mais um sinalizador de que a companhia poderá demorar a repassar o recente avanço de preços no exterior. A Petrobras demorou mais a ajustar preços nas refinarias neste ano nos períodos em que os valores estavam em alta no mercado externo na comparação com intervalos em que os combustíveis recuavam, apontou levantamento da Reuters, com base em dados da petroleira estatal e do setor.
O histórico é mais um sinalizador de que a companhia poderá demorar a repassar o recente avanço de preços no exterior, depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados como a Rússia, conhecidos como Opep+, realizou na semana passada o maior corte da produção de petróleo desde 2020.
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Analistas já haviam afirmado à Reuters que um reajuste interno – sempre impopular –, neste momento, era visto como improvável, considerando o cenário político, em que o presidente Jair Bolsonaro concorre à reeleição, com a votação de segundo turno marcadas para o fim do mês.
Em meio ao segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, na qual o presidente Jair Bolsonaro concorre à reeleição, a companhia poderá ter mudanças em sua diretoria que podem afetar áreas da petroleira que definem os preços dos combustíveis.
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No primeiro semestre, quando os preços de combustíveis no exterior estavam em alta em meio à eclosão da guerra na Ucrânia, os intervalos entre os aumentos de preços nas refinarias da petroleira estatal variaram de 38 a 59 dias para o diesel e de 57 a 98 dias para a gasolina.
Quando o movimento de queda da commodity teve início, em julho deste ano, em meio a temores de recessão no exterior, dentre outras questões, o período entre as reduções ficou entre 6 e 38 dias para o diesel e entre 9 e 17 dias para a gasolina.
A política de preços da Petrobras prevê seguir indicadores internacionais, mas evita repassar volatilidades para o mercado interno. Dessa forma, os ajustes dos preços praticados em suas refinarias às distribuidoras não acompanha imediatamente movimentos externos.
Os preços do petróleo fecharam na sexta-feira em uma máxima de cinco semanas, com impulso do movimento da Opep+. Nesta segunda-feira, o petróleo Brent operava em queda de cerca de 1% por volta das 12h40.
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Defasagem de preços
O levantamento também apontou que a Petrobras permaneceu mais tempo com valores internos desalinhados aos valores externos ao longo do primeiro semestre, na comparação com o período de queda, após julho, considerando dados da empresa e estimativas diárias publicadas pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom).
No caso do diesel, os preços no mercado interno se mantiveram abaixo do internacional no primeiro semestre entre 29 e 54 dias antes de um aumento pela petroleira. Quando os preços no mercado internacional começaram a cair, o intervalo de desalinhamento caiu para 16 a 23 dias.
Para a gasolina, enquanto no primeiro semestre os aumentos ocorreram em até 66 dias de um preço internacional desfavorável, desde julho, as reduções nas refinarias foram feitas entre 8 e 20 dias após um comportamento decrescente dos preços.
Segundo o relatório mais recente da Abicom, a defasagem de preços tanto da gasolina quanto do diesel da Petrobras no Brasil permanece contínua há 8 dias úteis, registrando, na sexta-feira passada, defasagem de 10% para a gasolina e de 13% para o diesel.
No momento, a Petrobras está há 20 dias sem reajustar o diesel e há 38 dias sem alterar o preço da gasolina, bem abaixo dos períodos máximos em que ela conseguiu segurar os aumentos durante o primeiro semestre, de 59 dias para o diesel e de 98 dias para a gasolina.
Além disso, os atuais níveis de defasagem – segundo os cálculos da Abicom – estão longe do pico verificado, por exemplo, dois dias antes do reajuste de 11 de março, de 30% para a gasolina e de 40% para o diesel.
Mas, se por um lado as reduções ficaram mais frequentes no segundo semestre, os percentuais de ajustes têm sido menores que os dos aumentos anteriores. O diesel, por exemplo, chegou a ter um único reajuste de 24,9%, em março, enquanto a maior redução aplicada no segundo semestre foi de 5,78%, em 20 de setembro.
Procurada pela Reuters, a Petrobras não comentou imediatamente o assunto, mas tem afirmado que procura não repassar imediatamente aos consumidores a volatilidade dos preços no mercado internacional.
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